Opinião | Tatiana Pereira, Business Unit Director

O ADN das empresas está em mutação (ou devia estar!)

 

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Não é novidade, afinal é já um adágio sem memória, não há nada como a necessidade para nos aguçar o engenho. Sem qualquer sombra de dúvida foi possível verificar a sua veracidade no atual cenário de pandemia global. Não é nada de novo, mas é importante recordar, pois não deixa de ser espantosa a capacidade das empresas e dos profissionais se reinventarem e inovarem mediante uma conjuntura altamente desafiante.

 

Houve transversalmente uma aceleração das transformações em todos os setores, todas as empresas, em todos os departamentos e até em todos os profissionais, na sua capacidade de adaptação a processos digitais, agilidade no desempenho de funções e no alcance de objetivos corporativos face a um contexto em rápida mutação.

 

Como resultado, existe atualmente uma familiarização generalizada de processos de trabalho totalmente remotos e a possibilidade, tanto pertinente como necessária, para mudar permanentemente a forma como as empresas estruturam os seus processos e tomam decisões.

 

O surgimento repentino de uma nova realidade obrigou a que fossem traçadas soluções novas e diferentes para os problemas de sempre, e isto, na sua essência, é inovar. Foi para muitos um processo de aprendizagem e descoberta, em parte forçada, nem que seja devido à sua velocidade, mas crucial para a sobrevivência das empresas e dos próprios profissionais.

 

Agora que começamos a planear e executar o nosso regresso a uma normalidade certamente diferente, reconhecemos que o teletrabalho veio para ficar, com tantas empresas de topo já a assumirem o compromisso de permitir aos seus colaboradores permanecer em teletrabalho continuamente. Isto cria um novo desafio, para profissionais e empresas: manter as lições de agilidade e inovação aprendidas durante a pandemia para a sua posteridade e não permitir que esta transformação seja efémera.

 

À medida que avançamos lentamente para uma retoma da normalidade é natural, e até expectável, que haja uma transição inversa à anterior, de retorno aos procedimentos e metodologias que eram praticadas. Uma espécie de busca instintiva pela «homeostase profissional». As equipas de chefia e gestão têm agora um papel estratégico para conduzir esta busca pelo novo equilíbrio, de forma a não esquecer a agilidade de processos e decisões alcançada, que é clara e crescentemente vital para a sobrevivência das empresas.

 

Este será o momento para reavaliar os sistemas e processos estabelecidos, transversais a toda a empresa e em cada área, pois estes serão os elementos capazes de transportar as mais-valias conquistadas durante a pandemia para o futuro. Trocado por miúdos? É importante analisar o que funcionou bem e com base nisto fazer um update ao sistema-base da empresa, ou seja, a todos os processos de decisão, procedimentos burocráticos e administrativos e até as normas culturais que orientam a ação no seu seio. Enraizar a agilidade e inovação nos próprios processos é a garantia que esta consegue perdurar para além do momento em que o status quo é desafiado.

 

Trata-se de uma espécie de evolução genética das empresas, dos processos e dos próprios profissionais que também irão incorporar estes ideais como elementos cruciais para o sucesso. Já sabíamos que a nova normalidade a que teremos que regressar nos iria trazer novos e inesperados desafios, principalmente na forma como encaramos conceitos como trabalho e produtividade. Avista-se agora como uma oportunidade de evolução do próprio ADN das empresas, alterando-se os blocos mais básicos da sua composição, os seus processos, a par da evolução dos próprios profissionais.

 

O resultado será o emergir de um tecido empresarial e profissional que se baseia transversalmente em princípios de agilidade e inovação, com uma capacidade aprimorada para enfrentar quaisquer novos desafios que estejam no horizonte, próximo ou longínquo.

 

 

 

 

 

 

Acerca da autora | Tatiana Pereira, Business Unit Director

 

BU Director na IT People Innovation, Tatiana Pereira lidera uma das business units da empresa, com foco nas suas áreas de negócio estratégicas: outsourcing, nearshore e projetos chave-na-mão de IT, assim como gestão de talento.

Nesta área o «lingo» é tecnológico, mas o dia a dia são as pessoas. Fazem parte dos desafios diários a gestão de pessoas, das suas expetativas, das suas relações com a empresa e interpessoais. Este é o cerne do seu quotidiano, e os temas que lhe são inerentes são aqueles em que se foca com maior afinco.

Formada em Gestão de Recursos Humanos e com experiência prévia em executive search, foi na IT People Innovation que encontrou uma equipa coesa, dinâmica e divertida que a desafia diariamente.